segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A Dança

 Esperar. E logo meu cansaço deixa de ser mental, atravessa meus ossos, pesa meu corpo. Cansei de nunca ser a única, de nunca ser a certa, de nunca ser a opção. Sempre a amiga, a que espera, a que escute, a que aconselha. Você se encanta, eu me apaixono, você fala, eu me iludo, você se cansa, eu sofro, você vai embora. E eu? Eu fico aqui, sempre sendo nada, nada que marque, nada que provoque, nada que faça a diferença. Eu tento, eu mudo e eu continuo sendo nada, nada pra você, nada pra ninguém.
 As vezes tento, tento ser marcante, ser algo que você sentirá falta se perder, caso eu for embora, mas sempre quem acaba indo embora não sou eu, eu sempre fico, fico pra trás, parada, sem saber o que fazer. E de tantas vezes, acabei não esperando mais, não me iludindo com simples sorrisos que não vão passar da primeira conversa. Acabei vendo o quão melhor que eu as pessoas podem ser. E que sempre alguém me trocaria
E então você sorri, e eu correspondo pronta pra ir embora, dessa vez por mim mesma. Sem ilusão. Sem expectativas. Sem dor. Sem nada.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Arcrilic on Canvas

Minha cabeça dói e a música direta aos meus ouvidos parecem estourar ainda mais meus sentidos. Enlouquece meu ser, eu não penso mais. Toda essa saudade repetida, todo esse pensamento incompreensível, todo esse sentimento inacabável. Meu coração pula e se aperta, como uma virgula ou um ponto final, como cada palavra escrita me completa.
 Eu não gosto de me apaixonar, vai contra meus sentidos, é como pular de um avião, numa altura grande demais para se imaginar, sem ter a certeza de que o pára-quedas se abrirá. Alguém arriscaria a queda? Ah, todos arriscam, uma hora ou outra. Basta um confiar, um toque, e todos pulam sem hesitar. E no final? Caem e se machucam. Alguns se curam e esquecem rápido. Outros não conseguem se erguer, com algumas feridas que ficam por um tempo longo demais.
 Se eu pudesse voltar no tempo, eu te abraçaria mais, sabia? Eu ficaria mais perto de você, não te deixaria ir, não te soltaria, sentiria seu coração, até ele se acalmar. Seu eu pudesse colar nossos lábios novamente, eu não te afastaria, ou iria querer ir embora, eu ficaria lá, esperando você começar. Se eu pudesse olhar nos seus olhos pela ultima vez, eu não desviaria, eu não hesitaria, eu não complicaria. Eu simplesmente viajaria neles, eu faria com que o mundo parasse de vez, só pelo calor que me aquecia, só pelo frio que me queimava.
 Você. Sempre você. Nos pensamentos, nos sentimentos, nos sentidos. Por favor, deixe-me ir. Não me largue e me agarre na próxima esquina, não vá e volte no próximo verão. Só me deixe, por um longo período de tempo, só me faça esquecer de você. Você poderia me ajudar? Eu vejo seu rosto, eu ouço sua voz, eu sinto o seu coração. Isso já não é normal, isso já não me faz dormir bem como me fazia antes.