sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Filhos do Cancêr



 Adorava aquela bagunça. E que bagunça. Pulavam e gritavam, como se o mundo fosse explodir. E eu não os impedia, observava sorrindo, aqueles dois sorrisos nunca os deixavam. Um sorriso acompanhava os olhos, olhos estes que, únicos, eram os mais bonitos que já vi. Eles iluminavam, e não pela sua cor, que eu insistia em teimar; era azul! E ele discordava rindo, ambos sabíamos, poderia ser a cor que quiséssemos. Os queria pra mim, sim, quem não os iria querer? Mas preferia nele, azul, verde, isso não importava. O outro sorriso acompanhava o jeito, jeito este que me fazia a apertar. Vivia no seu mundo, e o compartilhava, falando pelos quatro ventos, tão tagarela quanto eu, e nos perdíamos em cada hora de conversa, tentando achar tempo para tanto o que falar. Ambos tinham a doçura que tiravam o amargo da minha vida. Açucarados com carinho e inocência em mel, sonhavam e me levavam com eles. Dançavam pelo tapete da sala. Ele apertava minhas bochechas e as deixava vermelha e eu o deixava vermelho, pela graça de vê-lo sorrir sem graça e ser ameaçada de cócegas. Ela eu tentava animar, a rodava, como se os problemas fossem ir embora com a música, não parava de rodá-la, enquanto não a via sorrir. Eles me faziam sorrir, e não importa se destruíssem o tapete da sala ou o quadro da sala de jantar. Eles eram meus. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

As Duas Torres



“Oi maninha!! Tudo bem?! Estou com saudades! Ta osso agora pra gente se ver, né? Bom trabalho. A Be deixou uma borboleta azul pra você na geladeira.

Estou Bem! Um beijo.”

                                    - Por um desconhecido, entre as páginas 210 e 211.