sábado, 26 de outubro de 2013
A escalada das montanhas de mim mesmo
Incrível como toda inspiração vem carregada de um pingo de tristeza. Voltei a Agosto, li as mesmas cartas de Fevereiro e lembrei de uma conversa, numa tarde em que eu só ouvia “alôs” sem emoção. Charlie continua fazendo sentindo, e eu o entendo mais do que nunca, entendo em como é estar feliz e triste ao mesmo tempo. Eu queria entender em como minha mente pode ser tão inconstante. Estive em uma fase ruim, e tenho estado nela ainda, deve ser por isso que tento olhar as estrelas a procura respostas. Enlouquecer com a escuridão, não sei, mas eu enlouqueço, e as vezes me deixo enlouquecer. Como quando se tem duas pessoas lutando dentro de você, mas não estar pronta para apaziguar. Mas eu gosto de imaginar o futuro, e a estrada, e as lembranças, e eu me apego nesse futuro inventado, não sei, eu poderia ir para o Conjunto Habitacional A E Carvalho, e morar na Rua Azul da cor do mar. E se eu chegar na Rua Só o Amor Constrói, virar a esquerda e ir reto, e então sair pela Rua O Tempo e o Vento? (...) Não tente ver através de mim garoto, eu sou só carcaça agora. É só que eu não quero mais mostrar o que eu sou, perdi essa vontade, eu dei tudo de mim para alguém que foi, e foi sem me levar na mala. Não tente reparar quando eu desvio o olhar, ou quando eu paro de falar de repente porque o vento bateu na janela e eu me disperso fácil, eu não sou mais de verdade. Eu parei de imaginar um futuro, porque o futuro está nos braços de um outro alguém, e não me pertence. Não sei, Costa fugiu, fugiu e se encontrou em Budapeste e ele imaginava, e o futuro poderia ser bom, mesmo com ele cego, e se eu fugisse, em que rua me perderia? (...) A minha inspiração vai, minha unha não tem mais esmalte, quero poder voar, ver o mundo pequeno, e eu disse que os sonhos dão asas, e com isso poderíamos voar, mas quando nem isso faz sentido pra mim, meu conselho é tão falso. Mas a fé ainda pode mover as coisas, só tenha fé e as montanhas podem ser escaladas. (...) Hoje o vi, tão sereno, tão diferente da ultima vez em que o rancor e o orgulho nos falava mais alto que a música. Lembrei da piada de um ano atrás sobre a tesouraria, e que o plano antigo de voltar a se falar no sábado de prova não parece tão engraçado agora. Li que ele estava bem, acho que o abraço dele continua igual, e eu sinto falta, mas ela faz tão bem a ele, e eu fico de fora. Emily se transformou em borboleta, e eu estou aqui sentada percebendo que não da pra entrar em ascensão olhando pra lua. “O coração ainda se desilude quando ele para de bater?”, acho que sim, e Vitor, você ainda a conhecia tão mal! Isso é injusto, ela se sacrificou, não foi? E eu? Também. Fui embora achando que a lua resolveria o problema como drama final. Mas não posso virar borboleta, só acompanhar a felicidade de longe, como quem espia pela fechadura sem resmungar. Queria dizer para ela cuidar dele, que ele se sente sozinho as vezes e tende a se distanciar do mundo e ficar jogando aquela droga de video game, e que ele pode ficar com raiva fácil, e ela não precisa entender o motivo, só que tem muita coisa na cabeça dele. Ele pode ter essa pose de babaca que não liga pra nada, que critica tudo, mas ele sente, não quer demonstrar, e ele faz piada disso, só aquele lance todo de fraqueza. Ele vai te fazer rir, e nunca vai querer te magoar, e ele acaba se magoando por isso. Tente entender essa solidão dele, porque ela é forte, e o abrace, porque isso melhora as coisas, ele gosta de abraço surpresa, e gente que sorri e logo depois abaixa os olhos de vergonha. Ele é mais do que qualquer um imagina e eu queria que ele soubesse disso. Eu sinto falta dele, mas como Emily fez, é hora de deixa-lo ir também. E as árvores também me lembram ele, eu não consegui parar de lembrar, mas aquela camiseta velha ainda lhe cai muito bem. E eu não quero mais pedir permissão pra respirar.
domingo, 20 de outubro de 2013
Ao Infinito e Além
"Sabe garota, estive lendo as cartas de Charlie nessas últimas noites. Incrível como que em cada linha você encontra um sentimento, e como você se identifica com eles. Talvez seja porque todos tenhamos sido invisíveis algum dia. Ou talvez ainda somos. Em muitos momentos, tentei refletir sobre o conceito dele de infinito. Você entende, não é? Sei lá, acho que depois de muito pensar, agora eu entendo. Acho que entendo. Venho me indagando sobre muitas coisas. Sobre a Vida, o Universo e Tudo mais. Em que você percebe que há um infinito de coisas acima de você, que o céu não é o limite. E você se pergunta o que é o infinito, e não consegue achar uma definição pra isso. E sabe que a resposta para tudo é apenas 42, mas não sabe exatamente quais são as perguntas certas. E então você se sente confuso, e tudo o que deseja é pegar uma mochila e viajar pelas galáxias ao lado de um bom amigo. Aquele que sempre participa das suas aventuras. Que conhece cada segredo seu e gosta das mesmas coisas. Aquele amigo que você conheceu há cinco anos atrás, mas que parece que conheceu há cinco séculos, embora eu ache que essa coisa de tempo não seja muito relevante. Não importa se você conhece alguém há um dia, ou dez anos. O que importa é que assim que você conhece um amigo verdadeiro, sabe que o levará para o resto da sua vida. Aquele amigo que você sabe que vai estar ao seu lado mesmo nos momentos ruins. Aquele que sempre te apresenta músicas novas (mesmo que você não ouça algumas delas). Amigos são a família que nos permitiram escolher, já dizia Shakespeare com toda sua filosofia. E família quer dizer nunca abandonar ou esquecer, foi o que ouvi falar por aí. Você se lembra, garota? Do dia que nos conhecemos? Compartilhamos uma história, e desde então temos colecionado várias. E não apenas isso, compartilhamos também sorrisos, milhares deles. E também muitas lágrimas. Seja por causa de um coração partido ou simplesmente porque as coisas não estavam legais, mas tínhamos uma a outra, e sabíamos que tudo ia ficar bem. Compartilhamos também presentes de aniversário atrasados, mas o que valia mesmo era a intenção. Já viramos muitas noites apenas conversando sobre banalidades, ou lendo histórias de terror pra depois não conseguirmos dormir. Lembra quando nos vimos? Você quase me sufocou com seus abraços. E mesmo que não pareça, é o tipo de abraço que eu mais gosto. Está vendo, Charlie? Acho que eu consegui mesmo entender. Acho que isso é se sentir infinito. Não são apenas os momentos e lugares que fazem você se sentir dessa forma. Mas sim as pessoas que compartilham esses momentos com você. Os sentimentos que elas transmitem a você. É quando você sabe que tem histórias boas pra contar, e sabe que naquele momento nada importa. E tudo o que eu espero, garota, é que você não se esqueça de como é ter dezessete anos só porque completou dezoito. E saiba que eu estou aqui, e tudo o que precisamos é de cair na estrada em uma caminhonete, atravessarmos túneis ouvindo as melhores músicas, em direção ao Restaurante no Fim do Universo.
Até mais, e obrigada pelos peixes!
Com amor, L."
p.s: Feliz aniversário! O presente vem depois (talvez).
domingo, 13 de outubro de 2013
Marcianos Invadem A Terra
Vi aquela menina de longe, ela me lembrava alguém, não sei. Tinha um gosto peculiar, gostava de música boa; “Que a vida é mesmo coisa muito frágil, uma bobagem, uma irrelevância, diante da eternidade, do amor de quem se ama, por onde andei enquanto você me procurava? E o que eu te dei? Foi muito pouco ou quase nada. E o que eu deixei? Algumas roupas penduradas, será que eu sei, que você é mesmo tudo aquilo que me falta?”. Li uma vez, um texto grande, tinha tanto sentimento, tanta urgência, me deixou sem ar. Ela gosta de azul, ela gosta da minha banda preferida, e cantava, Clarice só tinha 14 anos, você também entende o sofrimento dela, menina? “Mas os dragões não conhecem o paraíso”, sempre penso nisso, penso em onde ela pode ter tirado isso, e em como soava tão incrível. Eu gosto daquele texto, é como ver um filme, um filme com trilha sonora, “Oh! Meu velho e Indivisível: Avôhai!”, era com engolir cada palavra, me alimentar do que ela sentia, mesmo que soasse injusto. Tão inspirador para mim. Queria saber onde fica a Estação Psicose, menina, porque talvez eu também tenha chegado nela também. Ela coloca as lembranças dela, como quem sente uma história, e eu sei a diferença de sentir e contar, é difícil e junto com todas aquelas árvores e aqueles céus, e as luas e os planetas, talvez ela fosse uma viajante do tempo, como o principezinho, como quem tem uma flor, 3 vulcões em um pequenino planeta. “Tu te tornas eternamente responsável pro aquilo que cativas”, é difícil, tente entender, e o essencial é invisível aos olhos, agora me diz quem entende, quando nem em um deserto eu estou? Ela gostava de livros também, entendia os meus infinitos, ela entendia Charlie, e eu sinto que me entendia também, e o amor é tão pouco e se esgota tão rápido para nós, “Alguns infinitos são maiores que os outros.”, é menina, os infinitos um dia vão nos enlouquecer. Talvez ela também goste de olhar o céu, as árvores, a vida, e sorrir porque as coisas podem ser difíceis, mas o céu está tão bonito, não está? Vamos dançar, hoje, amanhã, talvez não com os anjos, mas com as sombras que estão tão ligadas a nós. Posso te dar um presente, menina? Só ouça; “O amor não foi suficiente, eu vou embora, não sei pra onde, mas ainda um mundo por dizer, acho que tá claro e acho da hora. Não te opõe ao curso do rio, nem persegue o vento, o amor que tanto curou, hoje é apertar a areia, é ouvir conselho do vento, não diz mais do que as palavras querem dizer..” Se tiver que ser na bala, vai. Sinta a música, talvez você também sinta a liberdade, querer voar e não possuir asas é tão injusto! Poderíamos virar borboletas, voar por meio as flores, seria bonito, qual seria a nossa preocupação? “Diga adeus e atravesse a rua, voamos alto depois das duas.”(...) Não sei, tenho perdido muitas pessoas nesses dias, sinto falta das músicas que costumávamos ouvir, era como se a vida passasse de vagar, naquele parque com aquelas bandas. “Somos tão jovens...”, um dia cantaram nesse lugar, e minha alma se encheu, eu fechei os olhos e pensei “Somos sim, e temos todo tempo do mundo.” E agora, o que aconteceu com o tempo que tínhamos? Se foi, se foi junto com Fevereiro, com a foto que deu certo, com os risos e o infinito que eramos. Perdi pessoas importantes, perdi gente pra quem confiei minha vida, dois de uma vez, e o passado parece mais passado agora. Mas sabe, Amar é isso. Amar é cumprir as promessas mesmo assim, e Isaac talvez tenha razão. As pessoas saem das nossas vidas rápido demais, uma vez me disseram, os amigos são como garções num restaurantes, entrando e saindo da nossa vida. Mas minhas lembranças estão aqui, e não deixa com que eles sumam de vez, cada momento, dou tanto valor para tudo isso, minhas lembranças felizes, coisas que eu vou poder contar. Sabe, aquela coisa de no domingo ir visitar a família, sentar os netos nas pernas e dizer, da época que tudo era mais fácil, mesmo quando parecia ser o fim do mundo? Ter história pra contar, sabe, quero isso, pro resto da vida parecer ter valido a pena quando eu for ver o filme que passar, quando eu enfim, sair dessa vida cheia de buracos. (...) Tenho misturado as coisas, sua urgência passou para mim, menina de asas azuis. Não sei porque, mais passei a te ver assim, azul, tão azul. Olho agora pro teto, e espero a chuva do lado de fora, talvez amanha tenha que apertar o passo por causa da garoa, mas hoje quero que chova, que desabe tudo em cima de mim, não sei menina, você também sente essa solidão? “Não se pode fechar os olhos, não se pode olhar pra trás, sem se aprender alguma coisa pro futuro. Corri pro esconderijo e olhei pela janela, o sol é um só, mas quem sabe são duas manhãs.” Acho que L'Aventura diz tanto pra mim, não sei, talvez seja o domingo, talvez seja Outubro, tenho estado fora de foco, vendo tudo de um jeito ruim, trocar os óculos da vida, talvez seja uma solução. (...) E então eu sorri, olhei para o cantador no meio da praça, e me veio tanto pensamento, mas tentei focar só nele, na música que ele passava, era tão suave ver a vida dos outros, imaginar como poderia ser o antes, o passado de quem cantava em pé no meio de tanta gente, mas eu ainda acho que estou vendo tudo de longe, ver a vida passar pela janela, sabe, eu só quero poder sair por ai, pegar a estrada e ver o que a vida tem a oferecer. A vida não pode ser só isso, pode? Quero subir numa montanha e ver o sol se pôr, ver as estrelas enquanto converso sobre o passado e a infância, e conto dos tombos que levei, daquele que foi de tanto me balançar na rede e sair correndo parar pegar água. Poderia contar sobre como meu pai, tocava violão na cozinha; Coração noturno. E dizer em como ouvir a voz cansada da minha mãe me alegrou naquelas 15h de sexta feira. E como diz As curvas da estrada de santos, Era um garoto e como eu amava os Beatles e os Rolling Stones, me fazia rir. E poderia ver o sol nascer e de sono entrar na barraca. Pegar a estrada, sentir o vento bater no rosto, ver outras cidades, fugir da rotina, fugir da vida, fugir do tédio, fugir de mim, porque eu sou perigosa para mim mesma. Tenho loucuras escondidas, tão grandes, meu bem e meu mal, que só ele conhecia, mas ele foi embora, e parece que eles vão tomar conta de mim. Minhas loucuras diárias que batem na porta da madrugada, tenho medo e me encubro, mas nunca pude fugir de mim mesma. Desculpe menina, fujo um pouco do pensamento, não sei, agora está tocando Tempo Perdido, sempre sinto essa música, é minha preferida, talvez transformar em tinta na pele não seja o suficiente, ele era um grande homem, não? Escreveu tanta poesia, e dia 11 fez 17 anos. A tempestade que chega é da cor daqueles olhos castanhos, e esta chovendo até agora. E o abraço forte foi embora também. Eu não sei, eu acabo com as coisas, prefiro dar um final pras histórias, mesmo que doa, uma hora tem que acabar e eu prefiro quando sou eu quem vai embora no final. Me disseram que até o mais belo diamante perde seu brilho quando param de cuidar dele. (...) Tenho estado nostálgica demais, relendo e revendo coisas, com todas as fotos espalhadas, lembro do mar, e de como correr para ele sempre me deixou leve, sinto falta dessa leveza de 6 anos. A praia com chuva, o Fusca branco, o coqueiro engraçado. Não sei, falar assim como se você soubesse de tudo, é estranho, sabe. Mas parece que você sabe, mesmo que não conheço, do mesmo jeito que sei dos seus momentos, apenas por te-los lido. “Dança na corda bamba, de sombrinha e em cada passo dessa linha pode se machucar... Azar! A esperança equilibrista, sabe que o show de todo artista tem que continuar...”(...) Poderíamos nadar com os golfinhos, e perguntar porque eles foram embora da terra, e alguém poderia nos dizer por que 42? Não sei, ri tanto lendo aquele livro, e Não entre em Pânico, aí está uma ótima lição! Poderíamos ir para qualquer lugar, séria bom, a terra não me parece um bom lugar agora. E todos essas coisas, Libra sempre foi tão complicado, impulsivo e indeciso, nunca soube o que fazer, mas sempre ajo sem pensar. “"Não vale a pena mergulhar nos sonhos e esquecer de viver." Mas e se eu tivesse aquele espelho, o que eu veria? Sempre achei que minha vida seria mais fácil se eu estudasse lá, aprender magia e andar pela sala comunal. Como seria voar numa vassoura? (...) Minha inspiração vem e volta, penso nas flores, nos abraços e nas músicas. Lembro da infância e tanta coisa que se perdeu, mas a urgência já passou, minha necessidade de escrever se foi novamente, não sei, lapsos estranhos esses. Coisa de escritor isso, você entende, não é? “E mesmo se eu tiver a minha liberdade, não tenho tanto tempo assim, e mesmo se eu tiver a minha liberdade, será que existe vida em marte?” Então vi aquela menina de longe, ela me lembrava alguém, ela me lembrava eu. E se Dom quixote tiver razão? E se talvez os dragões forem só moinhos de ventos?
sábado, 12 de outubro de 2013
As Curvas da Estrada de Santos
Gostava de brincar de boneca, menininha era, trocava roupa e dava comida, cozinhava e me achava dona de casa. Tinha 2 primas mais velhas, uma de março, outra de junho, eramos do mesmo quintal, cantávamos, dançávamos, brigávamos, como tinha que ser. As tardes íamos para fora, andar pela rua de terra, andar de bicicleta como quem viaja pelo mundo, apenas em uma rua. Lembro do mar, e as vezes do frio, o fusca e a estrada. Lembrava-me meu tio a cantar Geraldo Vandré a caminho da serra, Zé Ramalho também participava da viagem, e todos cantavam em uníssono. Pra não dizer que não falei das flores e dos Mistérios da meia-noite. Sempre fui menina de praia, desde pequena, catava conchinha e diz a lenda que se podia ouvir o barulho do mar. Meu pai tocava violão na escada, “Amanhece, amanhece, amanhece, amanhece o dia, um leve toque de poesia, com a certeza que a luz que se derrama, nos traga um pouco, um pouco, um pouco de alegria.”, e eu acordava assim, com um bom dia sol, nos dias de domingo com café na mesa. Minha mãe me levava com ela, lembro de sair pela cidade; “não solta a minha mão.”, e o mercado era tão grande junto ao desespero de acha-lá. “Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre, passará... A vida vem em ondas, como o mar, num indo e vindo infinito.” Lembro das músicas e da vizinha, melhor amiga de infância, foi-se embora, assim como quem some e não deixa rastro, lembro de chama-lá pela cerca, como quem foge para longe. O porão da casa dos meus avós, e o poço, lembro de como tínhamos medo, e agora me pergunto, por que mesmo assim não saiamos de lá? Tinha o barril, e as tardes de calor, e o passarinho que morreu nas minhas mãos, como cuidamos dele, e choramos, crianças que perdem um amigo. Lembro de ter medo de fogos de artificio, e de churrasco de fim de ano. Descíamos a serra e Os Incríveis nos embalava. Era um garoto e como eu amava os Beatles e os Rolling Stones me fazia rir.
sábado, 5 de outubro de 2013
A Revolta dos Dândis
Ainda lembro de fevereiro, do sol até às 16h, da chuva que surpreendeu e fez com que fugíssemos. Lembro dos risos e em como todos falavam ao mesmo tempo e estávamos felizes por estarmos juntos. Ainda sinto o infinito. Lembro de 2012 e como tudo estava ruim de Segunda à Sexta, mas que as 9h30 tudo parecia bem. Os últimos domingos do mês, tão aguardados, era mesma estação, os mesmos rostos, caminhávamos e eramos os donos do mundo. A música nunca nos deixou parar, formávamos uma roda e enquanto a música soava em coro com as vozes, voávamos. Podíamos ser o que quiséssemos, nas noites de Sábado traçávamos o mesmo caminho, sempre as mesmas vozes altas, lembro do álcool e me pergunto se toda aquela afeição e promessas foram só em função disto. Um brinde final e tudo estava bem, não era? Eram tantos abraços e sorrisos, pra onde foi tudo aquilo? Sinto falta das tardes de primavera. Estávamos juntos e era isso que importava. Onde está aquele infinito agora? Não sei, e isto é o pior, não saber pra onde os momentos bons fugiram. As coisas mudam, eu sei, mas continuo eternizando-os, pois esses momentos a tempestade não pode apagar.
Assinar:
Postagens (Atom)