quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Café a dois


 Pois vá embora. Aproveita que suas malas ainda estão feitas, aproveita que o café ainda está quente, só vá embora, por favor. Eu sou o problema, querido, eu sou essa bagunça toda que você ainda não percebeu e que eu não consigo arrumar. Eu não sei ter relações humanas e isso me afasta das pessoas, eu estou sozinha e este é o motivo. Alguém se aproxima e quando percebo que pode dar certo, minha insegurança toma conta. “Estou bem assim” e me afasto. E sempre acabo triste e com medo de acabar sozinha no final. Minha carência se basta, querido, só preciso de um abraço e um elogio sincero, só preciso de um travesseiro e de uma cena romântica. E no final das contas eu não sei o que quero. Quero que você fique, mas tenho medo de ser só pela solidão que não se bastou. Quero que você resolva minhas crises, mas sei que isso é demais para qualquer um. Só preciso de tempo e espaço, e sei que você não pode esperar isso, alguém que não sabe aceitar e ser feliz. Eu estou sempre de partida, querido, gosto de mudanças, e tenho medo que em um desses caminhos eu te deixe para trás. Então vá embora, não se acostume com a minha loucura, ela faz mal até para mim. Só me deixa aqui, com as minha inseguranças de quem não consegue existir para ninguém, com as minhas duvidas que não geram contato nenhum. Você não me merece, querido, porque você já tem muitos problemas, muita gente envolvida, muito sentimento. Eu posso continuar aqui, e te ouvir, te aconselhar e morrer de preocupação. Me queira no seu abraço, só não me leve com você. Eu preciso de você, querido. E talvez seja só medo afinal, mas tentar deixa tudo mais difícil.  

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Asleep


Querido amigo
Sinceramente, não sei ao certo o que escrever. Não consegui dormir direito essa noite, e nos poucos minutos em que adormeci tive um sonho estranho. Não me lembro como foi, apenas sei que havia uma garota, e ela dançava incessantemente boas e velhas melodias de rock n' roll. Essa garota do sonho me fez recordar de uma que conheci há muito tempo atrás. Mas saiba que ela está presente ate hoje. Talvez mais presente que a maioria. Você adoraria conhecê-la, se pudesse. Tenho receio de descrevê-la. Não porque eu não saiba como, mas porque acho que não ha palavras suficientemente boas para isso. Ela é daquele tipo de pessoa que possui luz própria, entende? Aonde quer que ela vá, ela irradia a sua luz e ilumina a todos com sua presença. Ela é do tipo que, se vê-lo cair a primeira coisa que fará é estender sua mão e reergue-lo. E quando está feliz ela tem o habito de falar o tempo todo e só pára para recuperar o fôlego. Mas sabe, eu gostaria que ela acreditasse um pouco mais nela mesma. Ela vê tanta qualidade nos outros mas as vezes se nega de ver as dela. Será que sua própria luz a cega? Acho que não seja esse o caso, ela é boa demais para isso. Lembro-me de quando a vi, ela estava sentada, de costas para mim, e eu estava tão feliz por vê-la. Lembro-me de seus abraços sufocantes e sorriso sincero, do tipo que reflete nos olhos. Ela tem estado presente em minha vida desde o primeiro minuto em que entrou nela, e nunca mais desapareceu. Mesmo que esteja distante, eu venho acompanhado seu crescimento e sei o quanto amadureceu. E eu me orgulho disso. Ela, a garota dos sonhos. Que dança, sorri com os olhos, e fala bastante. Que tem o dom de usar as palavras e tocar seu coração. Ela, minha melhor amiga, e também minha irmã.
Com amor, L.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

25 - De volta pro futuro


 Estava lá enquanto os trens passavam, conheci-o. Estava envergonhada, talvez não tivesse notado. Não sabia direito o porquê, mas tu me encantou menino. Falei contigo, e tu era exatamente o que eu achava que poderia ser, mas hoje eu sei, és muito mais que aquilo. As coisas não foram como eu planejei, ajudei-o e desencantei, mas sei que talvez hoje, és muito melhor do que era para ser. Conversávamos e conversávamos, gostei de ti, menino, mas diferente de antes. Não sei direito quando, mas tu passaste a ser importante no meu dia a dia, aconselhava-te, me preocupava e ria, quando não aceitava minha preocupação. Tu me faz rir, menino, e se pudesse acabaria com suas dores para ser feliz sempre, e me deixar feliz com seu sorriso. Porque conheço teu coração, e sei o quão grande é, e como tu és incrível. Fique comigo, para abraços apertados e esmagadores ou quando não tiver mais caminho para nós. Só continue aqui. 

Sobre árvores e xícaras de café


 Minha cabeça está cheia, e fica pior quando tudo parece domingo e a chuva cai do lado de fora. Quando você se sente cansado, mas seus olhos continuam abertos, fazendo você pensar, e pensar. Não tive sono, só uma vontade insuportável de não existir até às 11h. Estive lendo cartas, das 6h às 20h e meu cérebro continua nelas. Charlie analisava pessoas e divagava sobre elas, se dispersava fácil e as coisas eram difíceis.  Eu entendo o Charlie, essas coisas acontecem comigo. E eu passei horas deitada enquanto ouvia a chuva e falava sobre árvores sem me sentir confusa enquanto tomava uma xícara de café e pensei em como eu me senti feliz antes, em como corremos da chuva e ela mesmo assim nos molhou e o quanto falávamos alto e riamos porque estávamos juntos e tudo parecia engraçado. Pensei em como havia tantas pessoas e em como as coisas foram iguais a um ano antes e sorri pela fotografia ter dado certo. E lembrei dos abraços que mataram saudades e o abraço que esperei por 7 anos e me fez ficar ansiosa na praça de alimentação. E você tem as pessoas certas do seu lado e não consegui parar de sorrir, e você não se sente sozinho. Charlie tinha razão, quando estou com eles eu sinto, nós somos o infinito.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Come On Eileen - She is infinite.


Eu a conheci assim, por acaso, como quem entra na sua vida sem pedir licença. Ela não pediu licença, arrastou uma cadeira, sentou ao meu lado, e ficou. Ficou por muito tempo, e ainda está lá. Ela me dá forças, irradia dela, mesmo sem ela dizer nada, mesmo sem ela saber. Ela é forte, mesmo que às vezes desmorone, mesmo que as vezes finja que não. O sorriso dela ilumina, esbanja segurança, mesmo que ela às vezes não acredite. Eu a vi amadurecer ao decorrer dos anos, ela cresceu e eu senti, mesmo sem ter acompanhado de perto, mesmo com os olhos distantes. E ela amadureceu e eu me orgulho dela, mais que de mim mesma. Ela, tão menor que eu, a esmagava e um abraço apertado, tentando expressar em como me sentia em vê-la. Ela não pediu licença, arrastou uma cadeira, sentou ao meu lado, e ficou. E eu a agradeço, eternamente.