segunda-feira, 21 de abril de 2014

Vida longa, mundo pequeno.

Você sabia que não ficaria aqui por muito tempo e mesmo assim insistiu em me prender no seu mundo. Não foi engraçado, eu esperava que você ficasse. Lembro de fragar fumando seu precioso cigarro em frente a minha faculdade, e sorrir ao me ver chegar, e eu parava na sua frente; “Fumando de novo?”, e você me dizia, pela vigésima vez, que seria o último, mas eu nunca me importei, e você sabia disso. É, eu nunca gostei de cigarros, você sabia da minha alergia, não fumava quando eu estava, mas eu gostava de te ver fumando, e você ria quando eu dizia que isso te deixava sexy. Sim, extremamente sexy e isso quebrava minha ética. Mas você sabia provocar, e me convidou pra conhecer seu mundo, e parecia tão avesso ao meu. Você sempre foi totalmente errado, meu amor, mas eu aceitei. Acho que nossos relógios não batiam o mesmo horário, você sempre um passo para lá, e então nos perdemos depois de 5 semanas. Você poderia pelo menos ter me avisado que uma hora iria embora, sabia? E eu te odeio por isso, por ter me feito viajar por um mundo que não me pertence. Ver seu mundo com meus olhos míopes. Você gosta de voar pelo mundo, o que eu posso fazer se nunca conseguirei asas? Tão injusto me deixar naquelas nuvens com formatos estranhos, que vimos nas escadas que fazíamos de banco, e depois me puxar pra cá. Cadê seu abraço? Sua mão segurando a minha como se eu precisasse ser cuidada o tempo todo? Você disse que me protegeria, e eu te odeio por me deixar sem armaduras pra enfrentar o mundo, enquanto você está sabe-se lá deus onde. Eu estou aqui, com a minha rotina trabalho-faculdade, e você? Hoje aqui, amanha ninguém sabe. Eu te odeio por isso. E odeio o seu sorriso, e o fato de você ter levado o meu sorriso com você.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

O iluminismo - Vida longa, mundo pequeno.

Os dentes de leão voltaram a florescer, e depois do sopro, esqueci do meu pedido, como naquela estrela cadente que caiu despercebida, e me agarrei ao final dela. Envelheci mais alguns anos nesse ultimo mês, e depois de jurar que nada mais me surpreenderia, tenho estado sem saber o que fazer novamente. E então eu vi aquela história de 5 anos se tornando real, e estava tudo dando certo, e eu admiro o quão forte aquela garota foi. Quem agüentaria 5 anos por amor? É, o amor tem lá suas dores bonitas. Ouvi uma outra história de amor, daquela que já dura quase 30 anos, e sobre como ela ainda o ama, e nunca amou mais ninguém, desde os 16 anos, e ouvi como enfrentaram o mundo para construírem suas vidas. E também ouvi sobre a senhora que se apaixonou aos 21 anos, e ele se foi. Hoje ela tem 70 anos e não amou mais ninguém. E como se faz uma saudade bonita? (…) Vi aquele garoto que foi embora novamente, ele estava feliz, e eu sorri por não sentir mais nada. E sorri pela noite anterior, enquanto nós cantávamos e acendi um cigarro de canela, enquanto as garrafas esvaziavam na sala, e ela estava comigo, aquela garota que me lavava para o mundo. O que eu seria sem ela? Não sei, mas meus dias têm sido melhores, desde que ela chegou. E lembrei-me de como demos as mãos e Nando cantou All Star, e 20 mil pessoas cantavam em coro, e os pássaros arrepiaram a pele. Nós tínhamos aquela árvore, que era só nossa, e como sentar embaixo dela para cantar fazia parece que tudo ficaria bem. Espero que ela não se vá, porque sorvetes e fossas de MPB não teriam mais graça, e nós temos nossa arte e colorimos o nosso mundo. (…) Um garoto me disse que a loucura e a genialidade são uma linha tênue, e eu me pergunto em como se atinge uma, sem ter a outra. Ouvi desse mesmo garoto, que a dor é inevitável, mas que podemos escolher se sofreremos ou não, e isso me fez pensar tanto. Como ele sabia tanto do mundo com tão pouca idade? Não sei, mas talvez existam pessoas que já viveram demais, e ele disse que me ensinaria, e sinto que tenho muito que aprender. (…) E então teve aquele garoto que apareceu tão de repente, como também desapareceu. Gostei do seu sorriso garoto, e eu gostaria que você soubesse que eu vi além do que os outros vêem. Você me perguntou qual era a frente de uma arvore e qual pergunta eu faria para salvar a vida daqueles 30%, e eu não soube responder. Mas é igual a grama, não é? E talvez essa não seja a nossa hora, e talvez ela não chegue, mas você esteve aqui nesse ultimo mês, e você me ensinou muito. É, você foi uma brisa leve que passou, e eu ainda penso em como seria se você não gostasse de voar pelo mundo, sem lugar para se abrigar. E eu gosto do seu jeito de ver o mundo, e eu estive presa em um mundo cheio de filosofia, e você entendeu.Gostei do seu abraço, o mundo parecia maior lá. Ainda não sei como pensar, Freud explicaria? E Jung trouxe o mito do herói, e você ainda esta nessa jornada. E tudo flui, nada permanece, e eu queria que Heráclito estivesse errado dessa vez.