domingo, 5 de outubro de 2014

Geografia Sentimental

Outubro chegou, trazendo consigo o outono e um pingo de melancolia. Faltam 2 meses para o ano novo, faltam quase 60 dias para outras promessas serem feitas, e o modo como o tempo passa rápido me assusta. Finais de ano sempre me trazem nostalgias; O que mudou de um ano para cá? Quem eu era antes? Quem eu sou agora? E me perco em perguntas que eu nunca vou saber responder. É complicado, sempre estou a procura de mim mesma, e nunca me encontro. Sabe, tenho escrito tão pouco, me prendi em um buraco de certezas e quase não me exponho. Como posso lidar com a angustia que não morre no papel? É tudo tão pesado, o tempo passa e eu fico no papel de novo, achando que posso me reviver pelas palavras. […]Estive vendo fotos antigas e senti os anos indo embora. Era tudo tão fácil sabe, me sentar no quintal de casa sem a preocupação das horas perdidas, sem saber que a vida tava passando lá fora e ter que correr contra o relógio. Mas é que bate aquela saudade, aquela vontade de voltar 15 anos atrás e me abrigar da realidade. O que era a solidão para aquela menina que tinha seus próprios brinquedos como companhia? […] Passei 3 dias tentando fugir da responsabilidade de existir, dormi mais de 12 horas e me entreguei a vontade de não acordar.Então andamos pela garoa fingindo falar línguas desconhecidas, e o frio ardia os ossos. E pela estrada eu vi o sol se por, e os pássaros voarem, e me senti viva novamente. Por que não fugir de vez? Conheci um moço jovem, que viajava pro ai em uma bicicleta, ele me falou de pedras e sorriu diante a minha admiração. Posso dar o luxo de me perder? Faltam 2 meses para o ano novo, e eu só queria poder me esconder do mundo ou caminhar com mais calma.