quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Sobre céu de cimento e cau e a fuga número 4
Talvez seja necessário lhe dizer que não é inverno aqui, e que o clima não é tão agradável quanto as tardes em algum filme do Gus Van Sant. Faz um calor maldito, e os ventiladores nunca foram tão utilizados, é janeiro e estamos quase no meio do Verão. Enquanto ouço Youth, talvez pela vigésima vez, senti vontade de voltar ao papel novamente. Você também diminuiu a escrita, não é? Havia tanto para ser dito em 2013, mas acredite que essa maldição aconteceu aqui também. Bom, vendedor de sapatos (me pergunto se ainda está nessa profissão, mas talvez esteja.) devo lhe dizer que o direto daquele filme foi um grandessíssimo enrolador! Um grande absurdo! Aquela história de inverno acabou no verão do ano passado, quando logo começou uma nova, e o personagem novo era um grande cafajeste, daqueles que você nunca sabia onde estaria, mas que tinha uma capacidade incrível de sumir por ai. Não tenho estado mais atarefada com serviços daquela empresa medíocre, sai de lá querendo explodir tudo, como Tyler e os bancos, mas tenho tido mais tempo para observar e lembrar daquelas épocas, é, aquelas em que nós éramos donos do mundo, enquanto íamos para um supermercado atrás de alguma cerveja gelada. Eu não bebia, mas gostava de ver o quanto vocês gostavam daquilo, e que eu aprendi a como segurar uma garrafa. Me sentia uma mafiosa no meio de vocês, tão seguros de si, e na minha mente éramos, mas sem uma AK47, ou charutos cubanos. Lembro daquele show, e das tequilas e de o quanto eu enchi o saco de vocês, meu deus! Mas no final valeu a pena, talvez eu tenha sido uma boa agente Flowers, e fiquei feliz quando vi aquela menina que sempre esteve comigo, sendo feliz. E eu já havia dito isso a ela, sabia? De uma forma anônima em uma rede social, de que ela ainda seria feliz. Gostaria de saber qual música ela ouviria pelo resto da vida agora, se continua sendo Solitary Man, ou mudou para Little Black Submarines. E vejam só, agora morarão juntos! Eu só consigo imaginar um apartamento no centro da cidade, talvez com cachorros, mas com muita Budweiser ou Heineken, talvez tenham até uma geladeira daquelas que tinha no supermercado! Bom, talvez ela não tenha que trabalhar em alguma loja com pessoas que falam mandarim, e você pode continuar vendendo sapatos, e não precisar chamar chave inglesa de llave de burro, e ela ainda vai praguejar quando bater o dedo do pé na quina, mas talvez seja alto, e você consiga entender. E ela talvez entenda sua mania de comer abacate salgado, coisas do Chile, não é? E você não perdeu o amor da sua vida no meio das multidões, ela esta ai, pra combinar um All star vermelho com as listras do seu Adidas. […] Sabe, tenho visto tanta histórias começarem e acabarem, uma de 5 anos! Ela foi embora, ele continuou na vida de faculdade e emprego. Vi também aquela menina que infelizmente sempre escolhe os caras errados, sofrer novamente. Eu que preciso conversar com o diretor dessa vez! Como pode isso, ela sofrendo dessa forma? Não sei, talvez nem o diretor mesmo saiba. Mas devo te contar uma história, que começou a pouco, talvez há 2 semanas. Eu estava por ai, como quem quer deixar o ultimo fôlego numa festa, e viver. Você com toda certeza acharia o lugar muito engraçado, muitas luzes e musica alta, decoração esquisita e muita gente alucinada. Mas foi enquanto fugia da musica ruim e tentava tomar um pouco de fôlego que o diretor gravou uma nova cena. Bom, devo acrescentar que havia tequila, e minha cabeça já estava daquele jeito que vocês conhecem. Havia aquela área de fumantes, e pode se tranquilizar, eu obedeci a sua ameaça, e encostei em alguma parede. Virgem santíssima, eu estava completamente empalhada! Como se tivesse exonerado ali mesmo em pé! Mas tive tempo de ouvir o final de uma conversa; “Mulher consegue o que quer, agora nós, homens…”. Acho que era isso. E eu me intrometi e disse algumas coisas sobre auto estima, não lembro, era coisa demais pra uma mente embriagada, e aquele garoto me abordou com uma cantada digna de parabéns. E eu entendi que homens quando querem, também conseguem o que quer. Agora me vem aquela música na cabeça; “Eduardo e Mônica não eram nada parecidos, ela era de leão e ele tinha 16…”, talvez só a parte do 16 esteja certa, e aquela parte; “Quem um dia irá dizer que existe razão?”, quem irá mesmo dizer? […] Sabe vendedor de sapatos, havia uma floresta e toda a delicadeza de ouvir o vento batendo nas arvores, e só havíamos nós, o vento e a música (e as vezes barulho de insetos). E eu lembrei do pedido que fiz na virada do ano, sobre momentos infinitos, e não é que deu certo? Tente imaginar arvores dignas de um filme americano de terror (em que mais de uma vez imaginei algum cara, com uma fantasia ridícula e uma serra elétrica nas mãos, saindo de algum lugar), lá pelas 16h e o sol batendo no topo delas, e você ser guiada por meio aos galhos, e sentir toda a segurança que um par de mãos podem te dar (e um abraço também.). Me sinto bem, e não sei em qual o momento que me encantei com aqueles olhos escondidos por um par de lentes e um aro de óculos, talvez tenha sido no começo de tudo, ou talvez quando a luz do sol refletia nele. Ah, aquele dia… Você deve imaginar o bordão tão usado por nós fazendo sentido nesse texto. E uma escritora, que me lembra tons azuis, deve saber que os nossos relâmpagos vieram, um pouco fora de hora, mas tão bonitos quanto seriam no dia 31/12. E talvez Something About Us esteja certo, mas aquele caderninho azul me ensinou não só que o amor se esgota, mas que ele pode recomeçar (como em Disorder), e que podem haver muitas páginas em brancos para serem preenchidas.
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