segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Quando o sol bater na janela do meu quarto.


 Estava a olhar uma caixa de recordações, fotos e mais fotos, e me vi pequena, com meu cabelo para cima em forma de coqueiro- como mamãe dizia- meu rosto infantil provocou meu sorriso e o sorriso largo de minha mãe, que não mudara nada, só seus cabelos, que de imensos e negros, restaram-lhe madeixas negras, papai por outro lado, continua o mesmo resto, um pouco envelhecido pelo tempo, mas sempre o mesmo. Agora o mar, mar que me causa saudades, do tempo que me divertia olhar as ondas só por medo de chegar perto delas. Estava mais infantil, e aquilo me lembrava meu tio a cantar Geraldo Vandré a caminho da serra, Zé Ramalho também participava da viagem, e todos cantavam em uníssono. Pra não dizer que não falei das flores e dos Mistérios da meia-noite. Outra fotografia, nestas vovô e vovó, no mar, comigo ao lado, me lembrando como senti falta de ambos, a alguns anos longe. Nossas faces denunciavam o frio, mais que o céu cinza no reflexo a água. E me pergunto hoje, como agüentamos ficar lá? Sempre fora assim, tínhamos o dom de escolher o mar em chuva, mas eu adorava. E outra vez estava eu, com papai e mamãe, sentada entre ambos, tentando não rir, lembro-me de papai e suas caretas enquanto mamãe brigava para que ele parasse, e ao flash, não consegui segurar o riso. E familiares e mais familiares em mais e mais fotografias. Alguns conheço de longe, outros nunca vi, mas os outros sempre estiveram aqui. Vi-me cheia de brinquedos, a cozinhar no fogão de plástico que ganhei depois da internação, as bonecas ao meu redor e me fez querer voltar a infância. E por fim, me vi junto a todos, descíamos a serra e Os Incríveis nos embalava. Era um garoto e como eu amava os Beatles e os Rolling Stones me fazia rir. 

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