Os olhos dela brilharam e então, se apagaram como uma estrela cadente que se perde na escuridão. E eu estava perdido. Abracei-a, com todas as minhas forças, abracei-a. Seus cabelos brancos cheiravam a Naftalina, mas eu não me importava. As minhas lagrimas caíram e escorreram pelo rosto dela, pálidos e calmos, como o dia em que a conheci, e percebi que não importava os anos, eu sempre iria me lembrar. Suas rugas continuavam, mas o aparente cansaço da velhice havia ido, e eu desejava eles de volta, mais que qualquer coisa. [...] Ela me deixou. Depois de sessenta e três anos, ela resolver ir embora, e eu teria de voltar sozinho para casa, sem ninguém a quem culpar, só mais um velho ranzinza sem motivos. Ela me ouvia, deixava ser meu motivo de frustração, calada, enquanto me servia café e se sentava ao meu lado. Os anos se passaram, as gerações mudaram e nós continuamos, eu e ela, no mesmo lugar, na mesma mesa, no mesmo caminho. Ela nunca me deixou ir embora, por que, oh Deus, ela teve de ir então?
E então eles adentraram o quarto; - “Vovó? Vovó?” e sentados ao redor dela, me perguntavam, mas eu não conseguir dizer, não enquanto minhas mãos, enrugadas e frias, estavam com as dela.
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