O chão estava molhado, e das telhas pingavam o que sobrara
da chuva. O sol fraco das 18h desaparecia por trás das montanhas, e os trovões ainda ralhavam pelo céu metade cinza, metade azul e rosa. A brisa batia e
levantava cheiro, cheiro de chuva. Andava em passos rápidos fazendo os fones caírem dos ouvidos, freneticamente. Tentava alcança a 15 de Novembro, estava
atrasada, muito atrasada. O ar lhe faltava, e mal conseguia respirar, avistou a
estação de trem, ele à esperava. Sorriu, como sempre fazia quando o via, e seu
sorriso se alargou quando ele sorriu também. Adorava aquele sorriso, era de
mostrar todos os dentes, fazia careta e fechava os olhos. Seu sorriso
preferido. Também gostava dos olhos, claros e expressivos. Ele a abraçou,
ficaram assim, um sentindo a respiração do outro, até a chegada do próximo
trem.
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