domingo, 4 de agosto de 2013

Retrato pra Iaiá

Lembro de você, menina, das tardes em que as risadas eram maiores que o cansaço de voltar para casa. Caminhávamos por aquelas ruas, sofrendo todos os perigos na faixa de pedestres, quando a adrenalina de atravessar a rua era maior que tudo. Lembro de como era bom, menina, as tardes em que a via, e corria em sua direção, era um abraço atrapalhado, mas em que tentava dizer muito. Era tão engraçado, as horas de entrada e saída, os pufes coloridos e as músicas. Sinto tanta falta, como quando se sente que tudo se transformou em lembranças e não há mais nada a fazer. Tu me ensinaste tantas coisas, menina. Sinto falta das 16h horas, das ruas estreitas e do pátio da escola, dos livros que roubávamos tão cinicamente. Lembro da desaprovação inicial, tu não gostava de mim, e lembro de como eu falava na nossa primeira conversa. Eu sempre falei de mais, e você sempre me ouviu pacientemente, sinto sua falta, menina. Tu é tão incrível quanto eu sempre imaginei.

 Parabéns Pequena. 

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