E agora, Zé? O que é que a gente faz da vida? Não sei, nem Drummond sabia. Só que talvez seguir em frente seja a melhor pedida para a noite, juntamente com uma bebida gelada. Não sei o que eu poderia dizer se perguntassem por que insisto tanto, talvez dissesse que foi sobre as arvores que caíram com a chuva, o sorriso por trás da fumaça, o coração torto na carta e a chuva que nos pegou de surpresa; poderia dizer também que foi a música que tocava, as mãos que se entrelaçavam, os bancos na estação de trem e a piada que foi roubada; e que foi a camiseta velha, os segredos que ficaram, a promessa de casamento e o adeus que não foi dito. E me sentei no banco e olhei a roseira seca na porta de casa, lembrei-me de Roda-viva, e assobiei para a chuva enquanto Chico cantava; ‘Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu?’. E talvez tenha sido a sobrancelha arqueada, os óculos que embaçavam, o abraço que durou muito e o céu escuro no caminho do mercado.
domingo, 24 de novembro de 2013
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Abre-te Sesamo
Era um desses dias em que eu atendia diversas ligações e quase não falava em nenhuma. Talvez não me importasse com a manipulação para venda, nem com o ATM, mas aquele dia seria diferente, faltavam 4 minutos para às 21h. Todos os dias eles iam lá, avistava seus rostos de longe, juntos. Lembro que sempre desejei que ela encontrasse alguém, mas não qualquer pessoa, ela merecia alguém, e quando digo ‘alguém’ é porque quero dizer muita coisa. E ele apareceu para ela, e eles se casavam tão bem, era aquela coisa de você saber que sorvete combina mais com bolo de festa, do que qualquer outra coisa. E eles eram assim, uma combinação no meio de brincadeiras e risadas, eles eram amigos além de tudo. E ele tinha aquela risada de Tyler que ninguém sabia imitar, e ela ria, e eu nunca vi ela rir daquele jeito, seus olhos estavam brilhando e eu fiquei feliz, porque certa vez em uma rede social eu disse que um dia ela ia encontrar um motivo que a fizesse sorrir de verdade, e não sei quando ela soube que era eu quem havia dito em anonimato, e ela respondeu; ‘Será?’. Sim menina, você encontrou. Estavamos lá naquele bar, ‘acolhedor’ como disseram. E a banda estava ótima, e eu pude dançar e não pensar em nada, e você pode gritar com a música e senti-lá. Sentia falta disso, de sentir a música num desses shows e saber que eu estava com as pessoas certas. Sentia falta dequela pessoa, da companhia de saber que eu não estava sozinha enquanto todos tinham alguém, mas temos que acostumar com a ausensia, não é? E eu disse sobre as árvores, mas dessa vez eu estava confusa, porque eu podia ser eu mesma novamente com outra pessoa, mas não era a mesma coisa, e eu queria não saber o porque. (...) Falava com gente desconhecida, e descobri o que era uma fraude bancaria, me senti empolgada por isso, quem era a voz misteriosa do outro lado? Descobri um dia desses também sobre de onde surgiu a palavra ‘centavos’, mas não consegui acompanhar a explicação. E havia aquelas fotos, e havia aquele trem, enquanto eu lembrava de cada momento, com uma nostalgia vinda daquela estação e daqueles 4 bancos. Porque tão diferente? As pessoas vão embora, não vão? Eu senti falta, durante aquela música que falava sobre algo que eu não soube traduzir. E lembrei de uma daquelas madrugadas que o bar estava vazio e meu pai estava do meu lado, e nós cantavamos Era um garoto e como eu amava o Beatles e os Rolling Stones. E dançavamos, porque a música não tinha hora para acabar, e acabava, mas não com a madrugada. E também tinha aquela banda que parecia que os integrantes haviam saido de um filme dos anos 70, como se tudo estivesse em modo 1977 de um editor de smartphone, ou sépia. E aquele cara que me lembrava o Jim Morrison sem óculos de sol. E eu pude dizer que enfrentei alguém, e podia dizer que era um chefe de mafia rival, mas eu enfrentei outra pessoa, eu mesma. (...) Olhei pro céu, daquele ônibus, às 5h40, vi o sol nascer, o crepusculo da manhã me faltou o ar, e eu pude ouvir os passaros na tranqulidade da manhã, sem ninguem por perto e parar no meio da rua e olhar para o céu. E eu pude ouvir Sol Entre Nuvens, mas eu queria saber pra onde fugir.
sábado, 2 de novembro de 2013
Uma delicada forma de calor.
Qual marca eu quero deixar nas pessoas? Não sei, sinceramente. Só que é difícil dizer sobre mim, fora o que todo mundo já sabe, e que talvez não faça diferença dizer que nasci dia 18 de outubro de 95, ou que gosto da cor preta, sem parecer superficial. Não sei o que posso dizer, só que gosto de observar as pessoas e tentar ver através delas. Me pergunto; “Por que estão sem expressão? Por que parecem tão frias?”. É difícil ver quem é de verdade, olhando somente por fora. E eu poderia dizer que meu maior medo é perder os meus pais e que eles são as pessoas que mais amo na vida e lembrar de certa manhã em que eles me acordaram às cócegas e diziam que me amava e que o quanto essa lembrança me faz bem. Posso dizer também que tenho medo de morrer sozinha em uma casa vazia, sem ninguém para ouvir minhas histórias e minhas reclamações. Também poderia dizer que estive em uma fase ruim e que toda quinta ia à uma psicóloga na rua Ipiranga. Todos tem um pouco de loucura em si, foi o que constatei. E eu imaginava o por que de tal senhora, de roupa simples e de sorriso largo, frequentar aquele lugar. Então das 15h às 16h, eu me sentava e falava da minha semana, e me pergunto se ela realmente me ouvia, enquanto balançava a cabeça afirmando que sim. E eu sempre me pergunto o que é de verdade, e por que as pessoas são só carcaça. Posso dizer também que meu sonho é viajar pelo mundo, pegar a estrada , sentir o vento e seguir sem rumo. Conhecer o máximo que eu puder, vive e ter lembranças boas de tudo, porque julgo isso importante. (...) Lembro de certa tarde em que estava com meus amigos, e estávamos felizes e lembro de como falávamos alto e ríamos o tempo todo, porque estávamos juntos e era isso que importava e corremos na chuva. Lembro do abraço que esperei por 5 anos daquela amiga que mora longe. E você tem as pessoas certas perto de você e você não se sente sozinho e percebe que tudo que leu era real e você sabe o que é se sentir infinito. (...) Gosto das lembranças, porque isso é o que conta no final da vida. A felicidade é momentânea, e o que irá dizer no final das contas se você foi realmente feliz, é que os momentos de felicidade foram maiores que os de tristeza. Gosto de acreditar que essa teoria esteja certa. E também me disseram que há pessoas que passam pela vida sem fazer diferença, e há aqueles que vivem de verdade. E penso em como todos estão preocupados em deixar marcas e ter fama e não serem esquecidos. E qual o motivo da vida afinal, se não ser feliz? E que o conceito da vida é muito vago. E que você “Aprende que não importa aonde já chegou, mas para onde está indo... Mas se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.”, e o texto O Menestrel pode nos dizer muito; “Nossas duvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar” (...) E eu lembro daquela música que diz; “Temos nosso próprio tempo, não tenho medo do escuro, mas deixe as luzes acesas... Agora. O que foi escondido é o que se escondeu, e o que foi prometido, ninguém prometeu, nem foi tempo perdido, somos tão jovens...”, e lembro de dançar em um show de rock de olhos fechados, enquanto minha alma se enchia, e eu pensei que sim, temos todo o tempo do mundo. E eu sei que as pessoas vão embora e os abraços se perdem na esquina e você tem que seguir em frente como todos tem que seguir. E um príncipe me disse uma vez que o essencial é invisível aos olhos e eu repeti 3 vezes; “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. E ouvi todos nós cantando Tempo Ruim em coro e as coisas estavam bem. “Por amor as causas perdidas, tudo bem, até pode ser, que os dragões sejam moinhos de vento”, mas ninguém da valor ao que é de verdade. Qual o valor disso tudo afinal?
Assinar:
Postagens (Atom)