segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Abre-te Sesamo

Era um desses dias em que eu atendia diversas ligações e quase não falava em nenhuma. Talvez não me importasse com a manipulação para venda, nem com o ATM, mas aquele dia seria diferente, faltavam 4 minutos para às 21h. Todos os dias eles iam lá, avistava seus rostos de longe, juntos. Lembro que sempre desejei que ela encontrasse alguém, mas não qualquer pessoa, ela merecia alguém, e quando digo ‘alguém’ é porque quero dizer muita coisa. E ele apareceu para ela, e eles se casavam tão bem, era aquela coisa de você saber que sorvete combina mais com bolo de festa, do que qualquer outra coisa. E eles eram assim, uma combinação no meio de brincadeiras e risadas, eles eram amigos além de tudo. E ele tinha aquela risada de Tyler que ninguém sabia imitar, e ela ria, e eu nunca vi ela rir daquele jeito, seus olhos estavam brilhando e eu fiquei feliz, porque certa vez em uma rede social eu disse que um dia ela ia encontrar um motivo que a fizesse sorrir de verdade, e não sei quando ela soube que era eu quem havia dito em anonimato, e ela respondeu; ‘Será?’. Sim menina, você encontrou. Estavamos lá naquele bar, ‘acolhedor’ como disseram. E a banda estava ótima, e eu pude dançar e não pensar em nada, e você pode gritar com a música e senti-lá. Sentia falta disso, de sentir a música num desses shows e saber que eu estava com as pessoas certas. Sentia falta dequela pessoa, da companhia de saber que eu não estava sozinha enquanto todos tinham alguém, mas temos que acostumar com a ausensia, não é? E eu disse sobre as árvores, mas dessa vez eu estava confusa, porque eu podia ser eu mesma novamente com outra pessoa, mas não era a mesma coisa, e eu queria não saber o porque. (...) Falava com gente desconhecida, e descobri o que era uma fraude bancaria, me senti empolgada por isso, quem era a voz misteriosa do outro lado? Descobri um dia desses também sobre de onde surgiu a palavra ‘centavos’, mas não consegui acompanhar a explicação. E havia aquelas fotos, e havia aquele trem, enquanto eu lembrava de cada momento, com uma nostalgia vinda daquela estação e daqueles 4 bancos. Porque tão diferente? As pessoas vão embora, não vão? Eu senti falta, durante aquela música que falava sobre algo que eu não soube traduzir. E lembrei de uma daquelas madrugadas que o bar estava vazio e meu pai estava do meu lado, e nós cantavamos Era um garoto e como eu amava o Beatles e os Rolling Stones. E dançavamos, porque a música não tinha hora para acabar, e acabava, mas não com a madrugada. E também tinha aquela banda que parecia que os integrantes haviam saido de um filme dos anos 70, como se tudo estivesse em modo 1977 de um editor de smartphone, ou sépia. E aquele cara que me lembrava o Jim Morrison sem óculos de sol. E eu pude dizer que enfrentei alguém, e podia dizer que era um chefe de mafia rival, mas eu enfrentei outra pessoa, eu mesma. (...) Olhei pro céu, daquele ônibus, às 5h40, vi o sol nascer, o crepusculo da manhã me faltou o ar, e eu pude ouvir os passaros na tranqulidade da manhã, sem ninguem por perto e parar no meio da rua e olhar para o céu. E eu pude ouvir Sol Entre Nuvens, mas eu queria saber pra onde fugir.

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