Porque o mundo é grande demais e eu apenas uma, pequena e fria, mínima parte. E minha cabeça não funciona, nestes dias em que parece que o mundo irá me engolir. É nesses dias que toda a minha inexistência pesa sobre meus ombros, pesa demais, me esmaga e me apodrece, e eu me deixo apodrecer, sem tentar lutar contra o que me abala, contra tudo, contra mim mesma. Eu tenho medo da minha loucura, do que as noites de insônia pode me levar a fazer. Pontes altas, rodovias largas, remédios fortes e armas prontas, tudo parece atraente demais para o fim dessa existência medíocre que não parece existir. Você poderia me explica o que é a solidão? Eu, particularmente, não sei, mas gostaria de não senti-la. [...] Tenho medo de existir. Não é um medo comum, eu sei, mas eu só não quero ter que abraçar o mundo, quando nem ao menos consigo levantar da minha cama sem a dor da madrugada. Solidão, menina insistente está, puxa uma cadeira, se senta ao seu lado, e fica, faz companhia, te abraça, esvazia como quem suga as forças, parar se alimentar. E quem pode ir contra algo que nãos e vê? Lutar no escuro, vencer o nada. Mas me alivias saber que talvez isso passe, junto com a vinda da próxima chuva.
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