Eu não estava lá, mas eu sinto. A música alta, as luzes, a bebida. A empolgação por estar com os amigos festejando, ou talvez aqueles que estiveram lá apenas por estar. A euforia da juventude. Juventude? Crianças sem culpa pelo destino. (...) Uma apresentação e tudo caiu pro terra. As luzes começaram a queimar. Gritos calados em meio ao caos. (...) Talvez eu estivesse lá, talvez alguém que eu ame estivesse, e isso faz doer, porque o desejo do ‘não estar’ e o arrependimento das famílias me atinge também.
Dói pelos que não conseguiram cruzar a saída. Dói pelos que mal tiveram tempo de perceber. Pelos que tentaram. Pelos que sofrem lá fora. Duzentos e quarenta e cinco gritos calados, numa multidão enlouquecida pelas chamas.
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