Chegou o inverno, e com ele, aquela coisa das pessoas dizendo que precisam de alguém e coisas dessa natureza.
Eu como sempre, acho que chegou a época de tomar vodka pura e sair pra a choperia com meus amigos andando como mafiosos, casacos pesados, carteira no bolso de traz, com uma boa grana para pagar todos as rodadas da cerveja dos States ou da Holanda, cigarro do bolso do peito, ás vezes nem fumávamos por vício, era só pra ver aquela nuvem de fumaça branca saindo e se dissipando na brisa que os carros faziam.
Esse ultimo ano, vivi de uma maneira muito distinta, um outro eu, vivi antes como Nelson Rodrigues, nesse ano, estou mais pra Chico Buarque, fala macia e dois escritores na mesma mente, porém ainda tenho aquela essência do Stephen King.
Nesses 6 meses, fortaleci os elos com varias pessoas. Um amigo que parecia o capitão América, tinha dezessete e eu dezoito, ele parecia que já estava nos vinte e poucos. Tinha aparência robusta, me fazia parecer ter quinze anos, mas bebíamos como gente grande, gente grande da Alemanha, sabe? Caras sem cabelo de sobrancelha e barba loira, com braços que mais pareciam minhas pernas, calças cáqui e suspensório. Era assim que imaginava nós dois daqui uns, não sei, dez anos, talvez três, quem sabe...
Uma moça ruiva, entre aspas, um ano mais nova também, escrevia para alguns caras da vida dela. Uma vez ou outra, me da vontade de dar umas cruzadas de esquerda nela, por que na real, não li nada sobre algum que prestasse, mas eu não posso culpa-los. Já fui como eles. Acho que um dia eu ainda dou um mawashi (aprendi esse chute com uma amiga que faz karatê), não gosto de vê-la fumando. Ohana, caso você leia isso algum dia, considere uma ameaça.
Tem também a menina Kiyoko (um dia espero decorar qual letra vem primeiro, o “i” ou o “y”), com esse nome não preciso dizer que é japonesa. Bem, ela poderia ser chinesa ou coreana, mas não, era japonesa mesmo. Já tinha ouvido falar dela antes, rezava a lenda que ela era praticamente um homem, e era bem isso. Cerveja, cigarro, dinheiro e mulher, tira a parte da mulher era isso que ela queria.
Tinha um outro cara que saia com a gente, era o Douglas, mano dos paranauê, das macumba, menino satanista de vez em quando, era o Chris (e eu o Greg), negrinho do pastoreio e qualquer outra coisa envolvendo coisas negras. Todos sabíamos que era só zoação, ate ele sabia, e entrara nessa.
Conheci o tipo quando estudava espanhol, porém, eu não gostava dele. Quando estudava espanhol não gostava de oitenta por cento da classe, isso inclui professores e coordenadores, tinha só dois amigos, Rafael que está estudando direito e a Paloma que era modelo, ainda é na verdade. Encontrei ela no pub da cidade outra vez, mas acho que ela não me reconheceu.
Esse pessoal que estava falando sobre, exceto o Rafael e a Paloma, saímos para beber quase todo final de semana, e sempre chega uma pessoa diferente, mais estranho que os outros mas tudo bem.
Mas não ficamos apenas na nossa cidade, também íamos avassalar na cidade vizinha e tinha muita gente, quase uma procissão de Nossa Senhora. Foi numa dessa que literatura e realidade se encontraram.
Eu fiz uma série de mini textos que falara sobre uma fase da minha vida em que eu me perdi entre duas meninas, foi quando comecei a escrever com mais primos e também quando perdi um dos meus melhores amigos.
Se chamara “Hering” por causa daquela marca de roupas com aquele slogan mítico: desde sempre. Dizia que gostava de uma menina “igual Hering, desde sempre”, mas ainda não estava certo a quem me referia nos textos. Minha vida ficou muito parecida com a segunda guerra mundial, conflitos primários e secundários, até as mesmas potências, mas com resultado diferente da segunda guerra.
Numa dessas nossas idas à cidade vizinha, decidi que seria o “dia D”, o 6/6/44 em 23/06/13.
Estávamos indo para um show num lugar bem underground com decoração de filme do Clint Eastwood e Jhon Wayne, cabeças de gado empalhadas perto dos bares e rodas de diligência com velas artificiais presas ao teto deixando o lugar com aparência de saloon da época da corrida do ouro.
Todo o tipo de gente no recinto tinha uma banda tocando uns hardcores malditos, se meus olhos não me enganaram, vi um ser humano sendo arremessado e caindo como um boneco de testes de colisão, deve ter morrido e está lá até hoje.
Sabíamos que ia demorar um certo tempo para a banda principal começar a tocar então saímos do meio do bar e fomos para a área de fumantes. Já la fora, encontrei uns jovens que conhecia de badalos passados, só não lembrava do nome deles, mas eram pessoas maneiras. Me distanciei um pouco do pessoal todo que estava se esgueirando de uma menina que, Jesus amado, era uma grandíssima vagabunda.
Como sei que as ideias não tem hora para aparecer, estava com meu caderno de anotações comigo, repleto de textos prontos, dos meus dois eus. E como minha amiga escritora também sabe disso, decidimos dar uma olhada nos relatos, e parágrafos que estavam por lá, ela achou um mini texto que tinha escrito para ela fazia um mês, pediu para ficar com o manuscrito original, e eu deixei pra ela, já tinha digitado e sabia que ela iria guarda-lo bem. Foi nessa hora que a Kiyoko chegou e a Ohana mostrou o texto que tinha escrito para ela e me bateu aquela falta de reação de quando alguém começa a ler algo que escrevi, tava lá, empalhado.
Ela terminou de ler e disse que eu escrevia bem e adicionou, pelo que eu entendi, que eu não sou tão tapado a ponto de escrever “concerteza”. E isso foi o mesmo que bastou para eu fazer um carnaval dentro da minha mente, principalmente por ela não ter dito que meus textos são “profundos”, eu prefiro ouvir um “isso ficou uma droga, parece até jogador de futebol!” do que um “que profundo”.
Gostei de observá-la enquanto lia. Eu pensei em mostrá-la o Hering e um sobre um sonho que tive com ela, mas, puta merda! Devia tê-lo feito, ou não, mas estou certo de que teremos outras oportunidades.
Fumei uns 2 cigarros antes de voltar para o palco junto com os jovens. A banda tinha sido trocada, era um cover de Ramones, os integrantes me fizeram rir devida sua aparência um tanto peculiar, perucas sempre me fazem rir, também tinha um sujeito parecido com o cara dos quadrinhos dos Simpsons. Meus amigos estavam se destruindo na roda, elas estavam do meu lado curtindo o som e eu estava apenas observando tudo aquilo, mas estava mais focado na menina que me deu inspiração pra escrever os textos mais bonitos que criei, era a menina Kiyoko. Após essa banda, era a hora da principal tocar, e eu estava perdendo meu tempo para realizar meus planos para a noite, após nos “acomodarmos” para esperar a próxima banda começar, a menina Ohana me fez querer morrer pela primeira vez enquanto me mandava sinais nem um pouco sutis para eu abraçar a menina Kiyoko, ela estava meio exonerada já então nem comentei nada só deixei ela lá observando meus amigos. Todos nós nos afastamos do meio da aglomeração e aguardamos a banda começar.
Logo que os integrantes começaram a subir no palco, o grupo desapareceu no meio da multidão, o dia mudou, agora era dia seis de julho de quarenta e quatro.
Eu como sempre, acho que chegou a época de tomar vodka pura e sair pra a choperia com meus amigos andando como mafiosos, casacos pesados, carteira no bolso de traz, com uma boa grana para pagar todos as rodadas da cerveja dos States ou da Holanda, cigarro do bolso do peito, ás vezes nem fumávamos por vício, era só pra ver aquela nuvem de fumaça branca saindo e se dissipando na brisa que os carros faziam.
Esse ultimo ano, vivi de uma maneira muito distinta, um outro eu, vivi antes como Nelson Rodrigues, nesse ano, estou mais pra Chico Buarque, fala macia e dois escritores na mesma mente, porém ainda tenho aquela essência do Stephen King.
Nesses 6 meses, fortaleci os elos com varias pessoas. Um amigo que parecia o capitão América, tinha dezessete e eu dezoito, ele parecia que já estava nos vinte e poucos. Tinha aparência robusta, me fazia parecer ter quinze anos, mas bebíamos como gente grande, gente grande da Alemanha, sabe? Caras sem cabelo de sobrancelha e barba loira, com braços que mais pareciam minhas pernas, calças cáqui e suspensório. Era assim que imaginava nós dois daqui uns, não sei, dez anos, talvez três, quem sabe...
Uma moça ruiva, entre aspas, um ano mais nova também, escrevia para alguns caras da vida dela. Uma vez ou outra, me da vontade de dar umas cruzadas de esquerda nela, por que na real, não li nada sobre algum que prestasse, mas eu não posso culpa-los. Já fui como eles. Acho que um dia eu ainda dou um mawashi (aprendi esse chute com uma amiga que faz karatê), não gosto de vê-la fumando. Ohana, caso você leia isso algum dia, considere uma ameaça.
Tem também a menina Kiyoko (um dia espero decorar qual letra vem primeiro, o “i” ou o “y”), com esse nome não preciso dizer que é japonesa. Bem, ela poderia ser chinesa ou coreana, mas não, era japonesa mesmo. Já tinha ouvido falar dela antes, rezava a lenda que ela era praticamente um homem, e era bem isso. Cerveja, cigarro, dinheiro e mulher, tira a parte da mulher era isso que ela queria.
Tinha um outro cara que saia com a gente, era o Douglas, mano dos paranauê, das macumba, menino satanista de vez em quando, era o Chris (e eu o Greg), negrinho do pastoreio e qualquer outra coisa envolvendo coisas negras. Todos sabíamos que era só zoação, ate ele sabia, e entrara nessa.
Conheci o tipo quando estudava espanhol, porém, eu não gostava dele. Quando estudava espanhol não gostava de oitenta por cento da classe, isso inclui professores e coordenadores, tinha só dois amigos, Rafael que está estudando direito e a Paloma que era modelo, ainda é na verdade. Encontrei ela no pub da cidade outra vez, mas acho que ela não me reconheceu.
Esse pessoal que estava falando sobre, exceto o Rafael e a Paloma, saímos para beber quase todo final de semana, e sempre chega uma pessoa diferente, mais estranho que os outros mas tudo bem.
Mas não ficamos apenas na nossa cidade, também íamos avassalar na cidade vizinha e tinha muita gente, quase uma procissão de Nossa Senhora. Foi numa dessa que literatura e realidade se encontraram.
Eu fiz uma série de mini textos que falara sobre uma fase da minha vida em que eu me perdi entre duas meninas, foi quando comecei a escrever com mais primos e também quando perdi um dos meus melhores amigos.
Se chamara “Hering” por causa daquela marca de roupas com aquele slogan mítico: desde sempre. Dizia que gostava de uma menina “igual Hering, desde sempre”, mas ainda não estava certo a quem me referia nos textos. Minha vida ficou muito parecida com a segunda guerra mundial, conflitos primários e secundários, até as mesmas potências, mas com resultado diferente da segunda guerra.
Numa dessas nossas idas à cidade vizinha, decidi que seria o “dia D”, o 6/6/44 em 23/06/13.
Estávamos indo para um show num lugar bem underground com decoração de filme do Clint Eastwood e Jhon Wayne, cabeças de gado empalhadas perto dos bares e rodas de diligência com velas artificiais presas ao teto deixando o lugar com aparência de saloon da época da corrida do ouro.
Todo o tipo de gente no recinto tinha uma banda tocando uns hardcores malditos, se meus olhos não me enganaram, vi um ser humano sendo arremessado e caindo como um boneco de testes de colisão, deve ter morrido e está lá até hoje.
Sabíamos que ia demorar um certo tempo para a banda principal começar a tocar então saímos do meio do bar e fomos para a área de fumantes. Já la fora, encontrei uns jovens que conhecia de badalos passados, só não lembrava do nome deles, mas eram pessoas maneiras. Me distanciei um pouco do pessoal todo que estava se esgueirando de uma menina que, Jesus amado, era uma grandíssima vagabunda.
Como sei que as ideias não tem hora para aparecer, estava com meu caderno de anotações comigo, repleto de textos prontos, dos meus dois eus. E como minha amiga escritora também sabe disso, decidimos dar uma olhada nos relatos, e parágrafos que estavam por lá, ela achou um mini texto que tinha escrito para ela fazia um mês, pediu para ficar com o manuscrito original, e eu deixei pra ela, já tinha digitado e sabia que ela iria guarda-lo bem. Foi nessa hora que a Kiyoko chegou e a Ohana mostrou o texto que tinha escrito para ela e me bateu aquela falta de reação de quando alguém começa a ler algo que escrevi, tava lá, empalhado.
Ela terminou de ler e disse que eu escrevia bem e adicionou, pelo que eu entendi, que eu não sou tão tapado a ponto de escrever “concerteza”. E isso foi o mesmo que bastou para eu fazer um carnaval dentro da minha mente, principalmente por ela não ter dito que meus textos são “profundos”, eu prefiro ouvir um “isso ficou uma droga, parece até jogador de futebol!” do que um “que profundo”.
Gostei de observá-la enquanto lia. Eu pensei em mostrá-la o Hering e um sobre um sonho que tive com ela, mas, puta merda! Devia tê-lo feito, ou não, mas estou certo de que teremos outras oportunidades.
Fumei uns 2 cigarros antes de voltar para o palco junto com os jovens. A banda tinha sido trocada, era um cover de Ramones, os integrantes me fizeram rir devida sua aparência um tanto peculiar, perucas sempre me fazem rir, também tinha um sujeito parecido com o cara dos quadrinhos dos Simpsons. Meus amigos estavam se destruindo na roda, elas estavam do meu lado curtindo o som e eu estava apenas observando tudo aquilo, mas estava mais focado na menina que me deu inspiração pra escrever os textos mais bonitos que criei, era a menina Kiyoko. Após essa banda, era a hora da principal tocar, e eu estava perdendo meu tempo para realizar meus planos para a noite, após nos “acomodarmos” para esperar a próxima banda começar, a menina Ohana me fez querer morrer pela primeira vez enquanto me mandava sinais nem um pouco sutis para eu abraçar a menina Kiyoko, ela estava meio exonerada já então nem comentei nada só deixei ela lá observando meus amigos. Todos nós nos afastamos do meio da aglomeração e aguardamos a banda começar.
Logo que os integrantes começaram a subir no palco, o grupo desapareceu no meio da multidão, o dia mudou, agora era dia seis de julho de quarenta e quatro.
- Por Dortor Jones.
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