domingo, 6 de setembro de 2015

Esquiva da Esgrina

O trem corre nos trilhos, trepidando entre estações. Pessoas marcadas pela rotina voltam para suas casas. Pergunto-me quais são suas histórias, alguém ainda tem algum sonho? O que seus olhos cansados e fundos podem mostrar além do peso do mundo que carregam nas costas? Quem ainda olha pro lado? Quem pode ouvir o que jovens sonhadores tem a dizer? Será que alguém acredita no futuro? Ah, a rotina do homem assalariado, sempre com pressa, sempre atrasados. Atrasados pro trabalho, atrasados pra casa, atrasados pra vida. A dicotomia dança entre sorrisos e recusas, dando as mãos pela prolixidade de quem não quer ouvir a verdade do mundo. Os prédios engolem o céu da manhã e a individualidade engole desejos de bons dias. Santa capital, transformando seus homens em máquinas que consomem dinheiro e energia vital. Quantas mensagens cabem em uma tela brilhante, enquanto os olhos fixos nela não olham para o lado? Quantas histórias não contadas cabem no silêncio       eletrônico de uma vagão de trem?        
Ah criança, vai pra casa e aprende a sorrir com verdade, porque a vida passa levando a multidão apressada pelos vagões sem sentimento. Vai criança, vai brincar enquanto há tempo, espera que alguém no mundo ainda pode nos ouvir e agradecer. Somos o que a vida chama de incomodo, e o que essa gente taciturna finge que não vê. Não são só dados bancários, não são só metas batidas, são apenas crianças, e a inocência que acredita que tudo pode ser diferente.

domingo, 26 de julho de 2015

As flores do mal

A madrugada transborda  e o silêncio grita meu desespero. Me perdi nas loucuras sóbrias que minha mente criou e não soube voltar. E pergunto quem sou agora, quando tudo deixou de fazer sentido. Inventei-me nas linhas que escrevi, tentando criar vida no vazio, mas só rabisquei mentiras. E eu se não puder me apagar? E se eu me perder nas linhas que eu mesma criei? Sou toda essa intensidade que não consigo suportar e ela transborda. Não me abrigo e acho injusto quando querem carregar o que não cabe em mim. Me sinto oca, como uma marionete sem vida de sorriso plastificado que só pensa em se deitar na solidão do mundo e deixa-lo me abraçar. Mas então a vida me puxa e mostra que não existe buraco para John Malkovitch e grita para que eu assuma minha propriamente existência. Não existe corvo na janela, não existe o Uivo, nem suas estradas. Rimbaud deixou o gênio para que eu destrua, e eu me perdi no caos que tentei decifrar.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Black Swan

Sobre o pesar dos dias que se rastejam para passar, senti a densidade das horas fazendo morada em cada ponteiro. Ouvir dizer sobre a profundidade das palavras que escrevemos e guardamos para nós mesmos; como aliviar o pesar das palavras presas na garganta, eternizando-as em papel? Não sei, só que talvez faça mais sentido quando passam a morar fora de mim. Traí a mim mesma com a saudade quando lembrei do seu sorriso. Ah, ingrata saudade que golpeia meu orgulho! Achei que tudo o que era de sentimento havia se esvaído pelo ar, como vapor da água ao aquecer. Mas você continua aqui, não é? Assombrando a minha madrugada com vontade de um abraço, feito Poema do Ney. Mas pra quem irei dizer? Como reviver você sem deixar de ser um erro? Você estava la com os pés descalços no meio da avenida, e desejei voltar a fevereiro de novo. Sinto falta da sua coragem ariana de enfrentar o mundo através do ascendente, sabe, descobri que me pareço mais com você do que achava, e que hoje ninguém parece entender por que tenho escolhido o lado escuro das coisas. Ainda posso te ouvir jogar meus medos na minha cara, enquanto a menina medrosa não sabia o que dizer. Eu mudei, viu? Ah, você me fez melhor, e não ficou pra ver o resultado. Agora sou só essa sombra da menina que um dia achou que o mundo era feito de inocência. Ah, o que diria pra ela, sobre a coragem da maldita realidade; entre transformações e mortes do que ainda não existe. Quem é essa garota insana que deixou de temer a vida e ri dos perigos da madrugada? Cheguei no fundo de mim e ainda não consigo pegar impulso pra voltar. Quantos monstros podem existir por trás da carcaça de pele? Encontrei os meus, menino e eles parecem inofensivos agora. Ah menino, fiz as pazes com a solidão, você me fez renascer pra vida.

domingo, 21 de junho de 2015

A formula mágica da felicidade

E então você sofre! Chora por aquele amor que não deu certo há meses, sofre pela rotina que está te esgotando, sofre pelo café que esfriou em cima da mesa, pelo sapato que quebrou o salto ou abriu do lado. Você agarra o sofrimento e grita aos 4 ventos que não é feliz, vive por dizer que a vida não presta, que ninguém lhe entende, que o problema é aqui, é lá, é os outros. Nós temos essa mania, agarramos o sofrimento e o chamamos de nosso, porque é mais fácil ser triste, não é? O mundo hoje é um emaranhado de pessoas que não querem se decepcionar, que preferem ao pessimismo à expectativa, que aceitam essa vida mastigada por medo, medo de sofrer e chorar de novo. Sempre acreditei que felicidade fosse ponto de vista, fosse a forma que olhamos para as coisas. As pessoas passam a vida inteira procurando a felicidade, achando que ela estará nas grandes realizações, na casa própria, no carro novo, na viagem para a Disney! Mas não é apenas isso, não se deve esperar para ser feliz, depender de um futuro de coisas materiais que podem não existir. Como disseram uma vez; As pessoas passam a vida inteira achando que a felicidade é uma estação, um ponto de chegada, porém ela é apenas a forma de se chegar lá. Otimista por natureza que sou, acredito que a felicidade está em todo canto, precisamos apenas enxerga-lá!Felicidade está no chorar por aquele amor, porque como diria Cazuza; Se doer demais é porque valeu! E acredite, valeu! Fique feliz por ter dado certo enquanto deu certo, por estar sofrendo e saber que o sofrimento é um aprendizado e você amadurecerá muito com isso! Fique feliz pelas vezes que você foge da rotina, pelo pôr do sol no caminho do trabalho, pelo sorriso que lhe deram enquanto volta para casa. Fique feliz até pelo café que esfriou, ou o sapato que não presta mais, pois estas coisas podem ser substituídas por algo muito melhor. Por um mundo onde mais pessoas vejam o lado bom da vida, pois reclamar nunca melhorou a vida de ninguém. Aceite que o sofrimento é uma escolha e nós podemos dizer ‘sim’ ou ‘não’ para ele.

sábado, 4 de abril de 2015

Albatroz - Terminal Alvorada

Como uma Supernova que explodiu por falta de hidrogênio e o brilho perdurou por um tempo, estive por ai tentando encontrar abrigo em mim mesma. Passeis dois dias me recordando de todos aqueles momentos que envolvia arvores, chuvas e shows e sofri todos os 3 meses que mereciam ser chorados. Lembrei de laissez faire, laissez aller, laissez passer e como o liberalismo industrial podia me fazer transformar o “deixe fazer, deixe ir, deixe passar” em poesia? Foi então que a Fisiocracia econômica se tornou poética; Laissez faire, laissez passer, le monde va de lui même (“Deixe fazer, deixe passar, o mundo vai por si mesmo.”).[…] Você se foi mesmo ainda estando presente demais, você partiu da minha vida mesmo que ainda esteja em torno dela, e eu fiquei pra descobrir como meu mundo funcionava, e descobri viu? Foi quando me vi sendo completa que percebi que a felicidade sempre foi minha, foi quando me amei que percebi que não importava mais o amor de ninguém e que todo esse narcisismo me disse quem eu poderia ser. Somos apenas esse instante, e agora nos transformamos em algo mais, e nos perdemos, e nos fazemos e nos formamos. E então percebemos que o que fomos não é mais, e nos perdemos nessa inconstante tentativa de ser. E eu me encontrei quando o Outono chegou, olhando pela janela do ônibus eu pude ver o mundo e ouvir A Praia e saber que estava onde eu devia estar. Hoje não me importo, hoje não há diferença, eu me encontrei quando te perdi no meio daquela tempestade toda, você me chamou para o mundo e hoje o mundo é a minha casa. E o dia alaranjou.

domingo, 22 de março de 2015

A paz do fim

O outono chegou junto com uma lua nova e um recomeço. Não sei se foram os astros, não sei se foi o destino, não sei se foi você ou eu, mas foi, e foi sem dizer o porquê, sem explicar e sem despedir. Quando foi que paramos de fazer sentido? Em que esquina eu me perdi do seu abraço? Só sobraram folhas em brancos com uma história que durou tão pouco, algumas páginas pra prender o fôlego e um final trágico de uma curta metragem que não pode virar filme. Queria que você soubesse que sua ausência faz chover muito mais aqui dentro que lá fora, e não há escuridão que me preencha, não há desespero que me faça enlouquecer, só esse vazio que deixou de fazer sentido. Vem cá e me ofenda, me mostra o quanto eu to errada por querer acabar com tudo de novo, me mostra que eu sou idiota demais para isso e que você pode fazer diferente. Me ofende, me irrite, testa a minha paciência com o seu jeito de descontar sua raiva nos quatro cantos do quarto, só não me deixa aqui com esse buraco que o seu silencio transformou. Não me deixa perceber que o fim chegou e eu não posso mais fazer nada. Vem e me mostra que o mundo não é só isso afinal, que a gente pode se ajeitar na sua cama pequena de novo, enquanto você reclama que eu reclamo demais. Volta pro meu lado e caminha com mais calma, não precisa dizer nada, é do seu abraço que eu preciso agora, é do seu ombro que minha cabeça precisa pra descansar. A gente acabou e eu nem pude me acostumar com a escuridão do seu quarto, nem tinha decorado o caminho da sua casa direito ainda. Quantas amoras ainda faltavam acabar? Nós tínhamos tantas promessas, eu me pergunto cadê a sua de não ir embora, onde foi sua vontade de ficar comigo em mais um domingo sem graça? Sabe menino, seu coração deixou de ser meu abrigo e eu não posso voar para longe. Você me chamou pro mundo e me fez sair do fundo de onde eu estava, agora fico perdida num mundo que não é meu, você soltou minha mão e foi para longe, posso correr o risco de me encontrar agora?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Sem cair do céu e Café a dois

Então como sempre eu resolvi escrever do que falar. Nunca fui boa em expressar coisas, eu te disse, mas é que tudo fica tão mais bonito em forma de texto, quando posso medir as palavras mesmo não sabendo medir o sentimento. Talvez eu seja boa com palavras, mas da forma errada, tentando fazer virar poesia o que é mais bonito com o desespero da voz. Você disse que vai estragar minha vida, que não tem mais jeito e eu? Já te aceitei como uma montanha russa descontrolada que eu nunca sei quando vai descer. É como aquela música que te falei, e talvez você seja o fim de tarde, a escuridão da madrugada e um impulso mal pensado. Talvez. Só que não me importo se estamos do lado errado, se eu vejo o copo meio cheio, e você prefere nadar pra longe. Isso não faz diferença se eu puder encostar a cabeça no seu peito e não me preocupar com o tempo la fora. Eu pergunto se você aceita ser meu erro, enquanto te transformo em um acerto, mesmo que continue sendo errado. Porque te achei quando não achava que restava alguém pra encontrar, mas você apareceu na hora certa, e eu te vi por meio dos olhos embaçados de miopia e bebida forte. Quando foi que você se tornou tão importante? Por que parece que te conheço a anos e que já vivemos uma vida, enquanto, ainda sim, sinto que se tem muito pra viver? Não sei, talvez seja por aquele dia que me fez sair de madrugada da cama para ver os raios no céu, e mesmo com medo, achei que você merecia que eu visse. Talvez foi por aquela floresta, que não seria tão bonita se você não estivesse lá segurando a minha mão e eu sentir que não havia nenhum perigo, além de não estar com você. Talvez foram pelos seus olhos, e pelo sol que os iluminou enquanto eu podia vê-los tão perto. Talvez tenha sido pela forma em que seu sorriso muda, e poder perceber que você pode ter vários sorrisos pra vários momentos. Talvez pela forma que me faz rir, e me faz não querer ir embora, e que o momento não vire lembrança, enquanto eu digo que você é idiota, esperando que você saiba que esse é meu melhor elogio, e com ele posso dizer muita coisa. Talvez seja pela forma que seus pés tocam os meus e que eles não ficarão mais frios. Olha, eu disse pra não me deixar nenhuma marca, mas não adiantou, porque já tenho várias marcas suas, e essas ninguém vai poder ver. Vem, me aconchega nesse seu abraço maior que eu, enquanto deixo o cheiro na sua camiseta e me fala que não vai embora, que vai ficar aqui até a gente pular de paraquedas e eu não perder as alianças. Porque sei que as pessoas vão embora, e que o abraço pode se perder em uma esquina qualquer, mas hoje ta tão bonito aqui dentro, e me da tanto medo de que você vá também. Posso perder o medo de te perder? Posso ter certeza de que teremos milhares de céus e fumaças pra admirar? Promete então que a vida é difícil mas que a gente da um jeito enquanto se ajeita na sua cama pequena? Só peço que você fique, porque cansei de escrever sobre partidas, e pela primeira vez não quero escrever sobre um final. Você virou minha primeira página, eu já fiz até o epílogo, e tem tanta folha em branco aqui pra ser escrita. E todas as vezes que paro para te abraçar, é apenas pra me certificar que você ainda está comigo. Não quero mais asas pra voar, talvez eu tenha encontrado ninho no seu coração.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sobre céu de cimento e cau e a fuga número 4

Talvez seja necessário lhe dizer que não é inverno aqui, e que o clima não é tão agradável quanto as tardes em algum filme do Gus Van Sant. Faz um calor maldito, e os ventiladores nunca foram tão utilizados, é janeiro e estamos quase no meio do Verão. Enquanto ouço Youth, talvez pela vigésima vez, senti vontade de voltar ao papel novamente. Você também diminuiu a escrita, não é? Havia tanto para ser dito em 2013, mas acredite que essa maldição aconteceu aqui também. Bom, vendedor de sapatos (me pergunto se ainda está nessa profissão, mas talvez esteja.) devo lhe dizer que o direto daquele filme foi um grandessíssimo enrolador! Um grande absurdo! Aquela história de inverno acabou no verão do ano passado, quando logo começou uma nova, e o personagem novo era um grande cafajeste, daqueles que você nunca sabia onde estaria, mas que tinha uma capacidade incrível de sumir por ai. Não tenho estado mais atarefada com serviços daquela empresa medíocre, sai de lá querendo explodir tudo, como Tyler e os bancos, mas tenho tido mais tempo para observar e lembrar daquelas épocas, é, aquelas em que nós éramos donos do mundo, enquanto íamos para um supermercado atrás de alguma cerveja gelada. Eu não bebia, mas gostava de ver o quanto vocês gostavam daquilo, e que eu aprendi a como segurar uma garrafa. Me sentia uma mafiosa no meio de vocês, tão seguros de si, e na minha mente éramos, mas sem uma AK47, ou charutos cubanos. Lembro daquele show, e das tequilas e de o quanto eu enchi o saco de vocês, meu deus! Mas no final valeu a pena, talvez eu tenha sido uma boa agente Flowers, e fiquei feliz quando vi aquela menina que sempre esteve comigo, sendo feliz. E eu já havia dito isso a ela, sabia? De uma forma anônima em uma rede social, de que ela ainda seria feliz. Gostaria de saber qual música ela ouviria pelo resto da vida agora, se continua sendo Solitary Man, ou mudou para Little Black Submarines. E vejam só, agora morarão juntos! Eu só consigo imaginar um apartamento no centro da cidade, talvez com cachorros, mas com muita Budweiser ou Heineken, talvez tenham até uma geladeira daquelas que tinha no supermercado! Bom, talvez ela não tenha que trabalhar em alguma loja com pessoas que falam mandarim, e você pode continuar vendendo sapatos, e não precisar chamar chave inglesa de llave de burro, e ela ainda vai praguejar quando bater o dedo do pé na quina, mas talvez seja alto, e você consiga entender. E ela talvez entenda sua mania de comer abacate salgado, coisas do Chile, não é? E você não perdeu o amor da sua vida no meio das multidões, ela esta ai, pra combinar um All star vermelho com as listras do seu Adidas. […] Sabe, tenho visto tanta histórias começarem e acabarem, uma de 5 anos! Ela foi embora, ele continuou na vida de faculdade e emprego. Vi também aquela menina que infelizmente sempre escolhe os caras errados, sofrer novamente. Eu que preciso conversar com o diretor dessa vez! Como pode isso, ela sofrendo dessa forma? Não sei, talvez nem o diretor mesmo saiba. Mas devo te contar uma história, que começou a pouco, talvez há 2 semanas. Eu estava por ai, como quem quer deixar o ultimo fôlego numa festa, e viver. Você com toda certeza acharia o lugar muito engraçado, muitas luzes e musica alta, decoração esquisita e muita gente alucinada. Mas foi enquanto fugia da musica ruim e tentava tomar um pouco de fôlego que o diretor gravou uma nova cena. Bom, devo acrescentar que havia tequila, e minha cabeça já estava daquele jeito que vocês conhecem. Havia aquela área de fumantes, e pode se tranquilizar, eu obedeci a sua ameaça, e encostei em alguma parede. Virgem santíssima, eu estava completamente empalhada! Como se tivesse exonerado ali mesmo em pé! Mas tive tempo de ouvir o final de uma conversa; “Mulher consegue o que quer, agora nós, homens…”. Acho que era isso. E eu me intrometi e disse algumas coisas sobre auto estima, não lembro, era coisa demais pra uma mente embriagada, e aquele garoto me abordou com uma cantada digna de parabéns. E eu entendi que homens quando querem, também conseguem o que quer. Agora me vem aquela música na cabeça; “Eduardo e Mônica não eram nada parecidos, ela era de leão e ele tinha 16…”, talvez só a parte do 16 esteja certa, e aquela parte; “Quem um dia irá dizer que existe razão?”, quem irá mesmo dizer? […] Sabe vendedor de sapatos, havia uma floresta e toda a delicadeza de ouvir o vento batendo nas arvores, e só havíamos nós, o vento e a música (e as vezes barulho de insetos). E eu lembrei do pedido que fiz na virada do ano, sobre momentos infinitos, e não é que deu certo? Tente imaginar arvores dignas de um filme americano de terror (em que mais de uma vez imaginei algum cara, com uma fantasia ridícula e uma serra elétrica nas mãos, saindo de algum lugar), lá pelas 16h e o sol batendo no topo delas, e você ser guiada por meio aos galhos, e sentir toda a segurança que um par de mãos podem te dar (e um abraço também.). Me sinto bem, e não sei em qual o momento que me encantei com aqueles olhos escondidos por um par de lentes e um aro de óculos, talvez tenha sido no começo de tudo, ou talvez quando a luz do sol refletia nele. Ah, aquele dia… Você deve imaginar o bordão tão usado por nós fazendo sentido nesse texto. E uma escritora, que me lembra tons azuis, deve saber que os nossos relâmpagos vieram, um pouco fora de hora, mas tão bonitos quanto seriam no dia 31/12. E talvez Something About Us esteja certo, mas aquele caderninho azul me ensinou não só que o amor se esgota, mas que ele pode recomeçar (como em Disorder), e que podem haver muitas páginas em brancos para serem preenchidas.