Às 18h de domingos, desde que me recordo o céu sempre esteve cinza. Era engraçado, ouvir The Suburbs e olhar as árvores balançarem com o vento, enquanto eu sentia frio por ter me esquecido de colocar um casaco, antes de correr para fora. Já é dia 23, e eu estou com saudade do inverno. Outubro sempre me remete Dezembro, é tão pouco tempo para fazer o ano valer à pena, tão lembrando que as luzes do natal irão chegar junto com os próximos planos pro ano novo. Só 12 meses pra tanta coisa. [...] Eu estou cheia de algo que eu não sei o que é, inspiração ou vazio existencial? Não sei. Estive fora de circulação, apenas ouvindo reclamações enquanto tentava fazer meu trabalho, minha cabeça ficou vazia, não tinha no que pensar. Mas talvez as coisas voltaram a tona, a vontade de escrever, e as palavras voltando a fazer sentido. Deixei muitos textos pela metade, como se a vida estivesse pela metade também, e talvez fosse, a folha branca preenchendo minha vida. Era domingo, dia 22, faz mais de um ano, tantos finais sem final, tanta ponta solta sem nó. Acho que nessas 48 horas, as músicas deixaram de fazer sentido, e percebi que Something About Us sempre esteve certo; O amor se esgota. O fim chegou, o abraço está preso na esquina, e é hora de seguir em frente como todos têm que seguir. Já não temos mais infinitos, as 505 lembranças são tão vazias, e eu ainda estou cheia de você, apenas precisando deixar escapar, talvez pelos olhos em forma de água salgada. Você foi embora tantas vezes, mas dessa vez quem está indo sou eu, a bagagem na mão, e você ficou com a chave da casa. Guarda direito o Codinome beija-flor, foi o mais perto do amor que cheguei. Somos somente lembranças agora, e não resta mais nada.
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