Você foi, foi embora, assim, como quem escolhe
um caminho melhor e vai, só vai, e eu? Permaneci, só permaneci, com um grito
preso na garganta, ecoando pela alma. E eu pergunto; O que eu faço com o que
sobrou de nós, menino? Foram tantas promessas, tantos abraços e tantos sonhos. Você
disse que seria para sempre, e eu ingênua, acreditei, porque quando eu olhava nos
seus olhos, pareciam verdades. Ainda lembro do seu sorriso, e isso machuca
minha rotina, você está longe agora, e faz o passado parecer séculos de
saudades, perdidas em 4 dias. É só essa vontade de ir atrás de você, mesmo
depois de todas as tentativas de te parar, mesmo depois de todos os pedidos; “Fica?”
e você não olhou pra trás. Você não precisava ir embora, menino, era só
esquecer os problemas lá fora, deixar eles lá com a chuva, você não precisava
se preocupar, porque você estava comigo, e nada mais importava enquanto suas
mãos se entrelaçavam nas minhas. E o que sobrou foram só as milhares de coisas
de quais irei sentir falta, e é só essa saudade que insistiu em ficar aqui
fazendo frio, nevando dentro de mim. Seu medo era que eu fosse, e veja só, nos
perdemos em uma dessas esquinas que a vida costuma deixar, e eu fiquei aqui,
perdida.
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