Dissimulada era,
menina que enganava e ria, ria de quem não conhecia seus truques, truques esses
que sei bem, sei-o tanto que não me enganas mais, menina má de risada escura. O
primeiro golpe fora rasteiro, quase que não acerta-me, quase que não percebo,
passou rápido e pisquei sem entender, se era o que parecia ser. Com os braços
abertos ela lhe enlaçava, como uma serpente rastejante, pronta para dar o bote.
Com seus afagos carinhosos ela lhe envolvia, teia de mentiras que te enroscava
sem perceber.
A segunda fora cruel, mas não para comigo, vi acertar a
outro, e como sutil era, ninguém percebeu, nem mesmo a recém vitima que com dor
fora formada, que a abraçara em busca de consolo. Envolvia fácil, menina
traiçoeira que cobiçava o mundo, com seus passos planejados e as mascaras que era
trocada a cada aurora a espera do anoitecer. O terceiro golpe fora fatal, o
ultimo que dera, acabara com tudo, e em cima dos destroços colocara um trono e
se intitulara rainha, rainha do que não lhe pertencia. Uma manta negra fora
jogada em seus ombros e seu cetro de maldade posto em uma das mãos. Observei-a
naquele dia, e tudo então fizera sentido, como pude m deixar levar por um belo
par de olhos que nunca me dizia nada? E então a distancia me pegara e me pusera
em seu colo, ninou-me e me fez vencer por mim mesma. E ela? Continua por ai,
solta com seus cílios a bater e com seus pensamentos a tramar, dominando todos
os que lhe entregue confiança.
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